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VICTORIA SECRETS, O RETORNO.

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Texto Escrito por: Claudia Lima | Diretora Criativa | Planeta Têxtil

Vimos na última semana (15/10) acontecer um momeno icônico. O retorno do desfile da Victoria’s Secret Fashion Show, que após uma pausa de seis anos trouxe uma série de mudanças técnicas e estratégicas em várias áreas cruciais, como branding, marketing, inclusão e o reposicionamento da marca. Aqui está uma análise técnica dessas temáticas:

Branding

  • Rebranding e Imagem: Após críticas intensas por falta de diversidade e uma visão ultrapassada de beleza, a Victoria’s Secret passou por um processo de rebranding. A marca buscou reposicionar-se, distanciando-se da imagem puramente sexy e celebrando uma estética mais inclusiva e diversificada. O retorno do desfile simboliza esse reposicionamento, com um esforço em comunicar que a nova Victoria’s Secret é mais alinhada com os valores contemporâneos de empoderamento feminino e diversidade.
  • Novo Slogan e Propósito: A marca adotou um discurso mais voltado à celebração de todas as formas de feminilidade, passando de uma narrativa de “angels” para uma mais focada em mulheres reais e poderosas. Essa mudança tem sido essencial para resgatar a relevância da marca.

Marketing

  • Estratégia de Conteúdo: Em vez de um simples desfile de passarela como no passado, o evento retornou com uma proposta mais ampla, intitulada “Victoria’s Secret World Tour”, combinando elementos de documentário, entrevistas e o desfile em si. A nova abordagem de conteúdo envolve storytelling, não apenas moda, o que ajuda a criar um engajamento mais profundo com o público.
  • Influenciadores e Celebridades: A utilização de influenciadores e embaixadoras de diferentes origens e perfis reforça a estratégia de marketing para atingir diferentes nichos de consumidores. Isso é uma mudança significativa em relação ao foco anterior em supermodelos tradicionalmente magras e padronizadas.

Inclusão e Diversidade

  • Diversidade Corporal e Cultural: Uma das críticas centrais ao antigo desfile era a falta de representação de corpos fora dos padrões convencionais. Agora, o evento busca incluir modelos de diferentes tamanhos, idades e etnias. Modelos como Paloma Elsesser e Valentina Sampaio, a primeira modelo transgênero da marca, ilustram esse novo compromisso com a inclusão.
  • Narrativa Feminina e Empoderamento: Ao colocar modelos que se identificam como mulheres poderosas e protagonistas de suas histórias, a marca tenta alinhar-se ao movimento de empoderamento feminino. Isso pode ser visto como um esforço para reverter a percepção de objetificação presente nos desfiles anteriores.

Impacto Comercial e Público Alvo

  • Atração de um Público mais Jovem: Ao adotar valores como diversidade e inclusão, Victoria’s Secret tenta reconquistar um público mais jovem e consciente, que tem se distanciado de marcas que não promovem valores sociais contemporâneos. A Geração Z, especialmente, é um alvo claro dessa nova estratégia, que busca refletir seus valores progressistas.
  • Reconstrução da Confiança: O relançamento também é uma oportunidade de reconquistar consumidores que se afastaram devido às controvérsias anteriores, como comentários insensíveis de executivos da marca e a falta de diversidade.

Sustentabilidade e Responsabilidade Social

  • A empresa também parece estar mais atenta a questões de sustentabilidade, uma demanda crescente entre consumidores. Embora essa temática ainda não tenha sido central no desfile, é um ponto que pode ser fortalecido em futuras ações de branding e marketing.

Desafios e Críticas

  • Execução vs. Expectativas: Apesar das mudanças positivas, o retorno do desfile ainda enfrenta desafios para superar a percepção de ser um evento ligado a padrões estéticos antigos. Com isso, ficam algumas críticas e questionamentos, do tipo, as mudanças são autênticas ou simplesmente uma estratégia de marketing para lidar com as críticas passadas.
  • Concorrência no Mercado de Moda Inclusiva: Marcas como Savage X Fenty, de Rihanna, que se destacou pela inclusão e inovação no formato de desfiles, criam um ambiente competitivo. A Victoria’s Secret precisa se diferenciar e manter-se fiel à sua proposta para competir efetivamente.

Minha Análise

O retorno da Victoria’s Secret é uma tentativa clara de reposicionar a marca e se alinhar com os valores contemporâneos de inclusão e diversidade. Embora as mudanças no branding e no marketing sejam evidentes, a marca ainda enfrenta o desafio de convencer o público de que essas mudanças são genuínas. O desfile com um formato mais dinâmico e focado em narrativas de empoderamento, é um reflexo desse novo caminho, mas o sucesso a longo prazo dependerá da consistência na aplicação desses novos valores.

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