O dólar, cotado hoje em R$ 5,69, interfere no preço dos tecidos de forma indireta e direta, no caso das importações.
Toda vez que o dólar aumenta, o real desvaloriza e o preço do combustível sobe. Isso porque o preço do barril de petróleo segue a cotação da moeda norte-americana.
Com isso, os tecidos também ficam mais caros. Sem falar no risco de ficarem indisponíveis no mercado brasileiro.
Entenda melhor os impactos do dólar alto no preço dos tecidos. Continue a leitura.
Por que o preço dos tecidos aumentou?
O aumento no preço dos tecidos é parte do efeito dominó que o dólar alto provoca na economia mundial.
Pois, quando o dólar sobe, o combustível também sobe. E como dependemos de transportadoras para movimentar a economia interna, sofremos esse impacto.
Porque a principal consequência disso nós vemos nas empresas de logística. As quais também se veem obrigadas a elevar o preço do frete.
Que por sua vez, serão repassados aos varejistas, os quais também repassarão para o consumidor final.
Dessa forma, todos os bens e serviços sofrem reajustes nos preços com o objetivo de manter a sustentabilidade do negócio.
É o caso do fio de algodão, que além do aumento nos preços apresenta a escassez da matéria-prima no mercado mundial.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção, o setor têxtil enfrenta dificuldades por três motivos:
- A alta do dólar;
- A alta da cotação do fio de algodão;
- E a retomada da economia.
Sendo esses os principais motivos que causam a elevação no preço dos tecidos. É o efeito cascata que parece ser inevitável.
A inflação tem a ver com o aumento no preço dos tecidos
Para nós, que somos leigos em assuntos econômicos, temos dificuldade para entender como funciona a política de preços.
Apesar disso, todos nós sentimos o impacto negativo desse mau funcionamento. O qual os especialistas chamam de inflação.
Para eles, a valorização do dólar pressiona a inflação brasileira fazendo com que todos os itens de consumo fiquem mais caros.
Portanto, desde os alimentos até a gasolina, ou passagens aéreas, tudo é afetado pela taxa de câmbio mais alta. E não há como evitar.
O economista sênior da Confederação Nacional de Bens Serviços e Turismo (CNC), explica que esse fenômeno sempre atinge o preço do pão francês e do leite.
Além do bolso de quem viaja para o exterior ou compra produtos importados. Para Fábio Benites, esta realidade se impõe para todo brasileiro.
Então, desde quando acordamos e tomamos um banho quente, até quando abastecemos o carro, ou tomamos um transporte coletivo, tudo fica mais caro.
Portanto, mesmo quem está trabalhando em casa, no tal “homeoffice”, também está pagando mais caro em produtos e serviços.
É bom reforçar isso porque, as pessoas tendem a crer que só quem abastece o carro é que está sendo prejudicado. E na verdade é só parte deles.
A economista Fernanda Consorte, do Banco Ourinvest, ainda complementa sobre o índice que mede a inflação oficial do país.
Segundo ela, 30% desse indicador é composto por produtos que são diretamente influenciados pela taxa cambial.
Em resumo, Fábio Bentes alerta que, mesmo os itens que hoje apresentam inflação baixa, ainda vão sofrer o impacto negativo do dólar mais alto.
Ou seja, quem ainda não se lascou, pode ficar tranquilo. Sua hora de ficar mais pobre está chegando.
Falta de algodão e malharia no Brasil
A falta de algodão e malharia no Brasil atrapalhou diversos fabricantes de roupas. Ainda mais agora com a reabertura do comércio.
Tal fato se explica pela alta dos preços do algodão no mercado internacional. O que atraiu importadores brasileiros, que preferiram vender em dólar.
Com a falta de fibra têxtil no mundo todo, o Brasil, sendo o segundo maior produtor no mundo, viu mais vantagem em atender o mercado externo.
Com isso, deixou de abastecer o estoque dos produtores brasileiros. Gerando a escassez e o aumento no preço dos tecidos.
No entanto, este panorama deve normalizar em breve. É a avaliação de Fernando Pimentel, presidente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil).
Segundo ele, antes mesmo que alta nos preços cheguem ao consumidor, a cotação do fio de algodão deve recuar.
Haja vista que o fabril têxtil cresceu mais de 26% entre junho e julho. Além do setor de confecção de vestuário, que aumentou cerca de 30% no mesmo período.
Pelos menos para nós, que dependemos da indústria têxtil, já podemos comemorar com a retomada da economia.
Esperamos que em breve todos possam comemorar conosco.
Como vender quando o preço dos tecidos aumentam?
Diante do aumento no preço dos tecidos, é preciso aprender como driblar a crise para manter o faturamento no azul.
E existem duas possibilidades para fugir da estagnação e continuar faturando. Veja a seguir:
1 – Empresas que produzem no Brasil e vendem no exterior
Quem trabalha com a exportação de produtos e serviços tende a aproveitar a alta do dólar.
Isso porque os gastos em reais com matéria-prima são recompensados quando vendidos com base no preço cambial do dólar.
Viabilizando múltiplos lucros, o que impacta, inclusive, no faturamento anual. Então, quem se encaixa neste contexto, só deve aproveitar o bom momento.
2 – Empresas que produzem e vendem no Brasil
Outra parcela da economia brasileira que tende a aproveitar o contexto da alta do dólar, são as empresas que não importam matéria-prima de fora.
Ou seja, possuem fabricação 100% nacional, e conseguem manter o preço acessível para o freguês na ponta da linha.
Portanto, a indústria nacional pode se fortalecer em momentos assim, pois tornam-se mais competitivas em relação aos fabricantes estrangeiros.
Que mesmo encarecendo o seu produto no mercado interno, conseguem oferecer preços mais atrativos para o público brasileiro.
Conclusão
Então, é isso. Hoje falamos um pouco dos impactos da alta do dólar no preço dos tecidos.
Que mesmo diante das incertezas, o setor fabril têxtil e da confecção de vestuário podem comemorar os bons ventos que chegam.
Por isso, garanta já o seu tecido aqui na Planeta Têxtil. Corre antes que acabe.