Muito tem se falado sobre a alta dos alimentos, do gás e da gasolina, mas você já parou para pensar no aumento dos preços no mercado têxtil?
De acordo com Rogério Mascarenhas, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de Minas Gerais (SIFT-MG), nos últimos dois meses o preço do algodão avançou em torno de 22% e o fio de algodão cerca de 50%.
Por esse motivo, tem acontecido não apenas um significativo aumento dos preços no mercado têxtil, como também a escassez de matéria-prima.
Continue lendo para saber mais sobre o tema.
Qual a influência da pandemia no aumento dos preços no mercado têxtil?
O aumento dos preços no mercado têxtil teve a pandemia do coronavírus, como um de seus principais responsáveis.
Isso porque, houve uma drástica ruptura entre o abastecimento de matéria-prima e o consumo no mercado de vestuário.
Tendo em vista que a venda online deste segmento ainda não é tão expressiva, já que grande parte dos consumidores ainda não demonstra interesse em comprar suas roupas à distância, esse mercado ficou bem estagnado nos piores meses da pandemia.
Desse modo, com boa parte das lojas fechadas, apenas um público bem restrito passou a realizar suas compras pela internet.
De tal forma que esse índice não foi suficiente para que os varejistas adquirirem mais produtos para abastecimento, devido à insegurança na retomada das atividades normais.
Contudo, as lojas de vestuário passaram a registrar um aumento significativo nas vendas com a abertura das unidades físicas.
Porém, a falta de matéria-prima fez com que houvesse um atrito para a recomposição de estoques, que pudesse atender com agilidade os clientes eufóricos para adquirir novas peças para o seu guarda-roupas.
Considerando que as festividades de final de ano estão cada vez mais próximas, sendo um período muito promissor para o comércio em geral, a escassez, principalmente do fio de algodão, tem preocupado bastante.
Para se ter uma ideia, toda a coleção de outono-inverno ficou encalhada, devido à pandemia.
Apenas quem investiu em produtos de cama, mesa, banho, pijamas e demais produtos para o conforto do lar, conquistaram maior destaque.
Em contrapartida, os ternos, vestidos, roupas de festas e trajes sociais foram deixados de lado, devido às restrições de funcionamento das casas de show e do home office, como medidas de prevenção ao Covid-19.
Aumento dos preços no mercado têxtil: Como ficará o preço das roupas com a retomada do consumo?
Diante do relaxamento das medidas de proteção ao Covid-19, tem acontecido simultaneamente a retomada do consumo de roupas, mas fica uma dúvida: como fica o aumento dos preços no mercado têxtil?
Naturalmente, depois de tantos meses com a produção estagnada, é aceitável que a indústria têxtil fique com seu estoque defasado, causando assim um grande impacto no preço do seu estoque.
À medida que os varejistas estão em busca de matéria-prima, no mesmo momento os lojistas fazem a renovação de seu estoque, pensando em suas vendas de final de ano, principalmente o Natal.
De acordo com a lei da oferta e da procura, tais movimentações refletem nos altos preços que vão parar nas etiquetas das roupas nos meses que se seguem.
Isso deve acontecer até que a indústria têxtil consiga adequar seu ritmo de produção às necessidades dos varejistas.
Apesar da elevação em até 40% das peças de algumas produtoras de tecido e da alta dos itens de vestuário em 25,2%, segundo a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex).
Dificilmente o consumidor final receberá esse repasse integral no aumento das mercadorias.
Todavia, os comerciantes não possuem capital suficiente para receber todo esse golpe sozinhos.
Como o aumento dos preços no mercado têxtil tem feito muitas empresas se reinventarem?
Uma realidade para muitos neste período de pandemia tem sido buscar novas alternativas para ganhar dinheiro.
Com o aumento dos preços no mercado têxtil, muitas pessoas deste segmento têm buscado opções para passar por esse momento com dignidade e um pouco mais de tranquilidade.
Fabricar máscaras e aventais, que são acessórios essenciais para o setor da saúde, e que diante da crise mundial, encontram-se em falta, foi uma dessas alternativas.
Além disso, algumas outras empresas do ramo optaram por dar férias coletivas aos seus colaboradores ou ainda aderir ao home office, para aqueles que desempenham cargos administrativos.
Você sabia que mesmo diante da crise, a indústria têxtil é a segunda que mais gera emprego no Brasil?
Certamente, o aumento dos preços no mercado têxtil foi um fator decisivo para a crise do setor diante de um cenário de instabilidade e insegurança gerados pela pandemia.
Entretanto, com o objetivo de unir forças em prol desse segmento, que é o segundo que mais emprega no Brasil, ficando atrás apenas do setor agropecuário, foi realizado um super encontro promovido por:
- Febra Têxtil – Feira Brasileira Têxtil;
- Tecno Têxtil Brasil -Feira de Tecnologia para a Indústria Têxtil;
- FINTT – Feira Internacional de Nãotecidos e Tecidos Técnicos;
- Boné Show.
Neste super encontro foram apresentadas as grandes novidades tecnológicas e de inteligência do setor, surpreendendo não só os expositores e empresários, como também convidados e imprensa.
Hélvio Roberto Pompeo Madeira, responsável pelo evento, acredita que um evento dessa magnitude, é uma excelente oportunidade dos empresários do ramo aprenderem ainda mais acerca desse mercado tão promissor, além de firmarem novos negócios, mesmo em tempos de crise.
Conclusão
Não há dúvida que os últimos meses foram marcados por um significativo aumento dos preços do mercado têxtil.
No entanto, este mercado, que, conforme foi dito, é o segundo maior do país, ficando atrás apenas do setor agropecuário, tem conseguido com muito esforço driblar as dificuldades que vão surgindo.
Para ter uma noção disso, não é preciso pensar em empresas renomadas, basta olhar a sua volta.
Provavelmente você conhece pessoas que possuem lojas em seu bairro, ou que atuam como autônomas, ou mais conhecidas como “sacoleiras”.
Em algum momento, com certeza, assim como todos os empreendedores, devem ter sentido o impacto da pandemia.
Mas não deixaram de persistir com seu trabalho árduo, muitas vezes, utilizando artifícios, como promoções para atrair seus clientes.
Com a retomada das atividades, depois de boa parte da população vacinada, as perspectivas para os próximos meses já são bem melhores.